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Réplica do Cristo Redentor |
Também conhecida por seus moradores como "Campola City", Campo Limpo Paulista foi fundada em 21 de Março de 1963. Inicialmente era fazenda integrante de Jundiaí, suas terras eram então latifúndio cafeeiro. O surgimento da primeira rua, a Avenida Alfried Krupp, se deu com o alojamento dos ferroviários construtores da via Jundiaí-Santos. As terras eram pertencentes durante o século passado ao Barão de Jundiaí, passando depois à família Pereira Pinto até sua emancipação em 1963. Depois dessa data, a família contratou procuradores e as terras ganharam administradores locais. O mais famoso foi João Zeferino e hoje seus netos ainda vivem na região, entre eles o ilustrador e designer Luiz Zeferino.
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Grupo Escolar "Francisco Monlevade" |
A Emancipação
“Meus senhores, minhas
senhoras. Vamos iniciar a sessão de instalação do Município de Campo Limpo”.
Com estas palavras, pronunciadas no dia 21 de março de 1965 pelo Dr. Duílio
Nogueira de Sá, juiz de Direito e Eleitoral da Comarca, na sede do Nacional A.
C., se encerrava o longo caminho, iniciado há 350 anos. O antigo distrito de
Jundiaí tornava-se oficialmente o Município paulista de Campo Limpo, e seus
moradores “campo-limpenses”.
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Pôr do Sol em Campo Limpo Pta.
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No início chegaram a ser chamados de campistas, mas não pegou. Do longínquo
1615, ano em que a tradição popular indica como a data em que Rafael de
Oliveira e Petronilha Antunes, procurados pela justiça, refugiaram-se na área
onde está situada a cidade de Jundiaí, como afirma o historiador Pedro E.Valim,
em seu “Álbum dos Municípios de São Paulo”: “...embrenharam-se pelo sertão, e
assentaram vivenda onde hoje está a povoação”, passaram-se exatamente 350 anos,
o tempo necessário afim de que Campo Limpo, de bairro pertencente a Jundiaí,
onde no século XIX, havia o entroncamento de duas estradas de ferro, a SPR e a
E. F. Bragantina, que escoavam para o porto de Santos a produção cafeeira da
região, se transformasse na dinâmica cidade que hoje conhecemos. Querendo dar
um quadro cronológico das diferentes etapas dessa caminhada para a sua
emancipação, poderíamos datar o seu início por volta de 1850, quando o Governo Imperial,
e a administração provincial, no intuito de modernizar o País com a instalação
de uma rede de estradas de ferro, resolveu dar uma garantia de juros, com
pagamento em ouro, aos empreendedores desse, pela época, moderno, meio de
locomoção.
Foi com esta medida, que garantia o apoio governamental, que Irineu Evangelista
de Souza, mais tarde nomeado Barão de Mauá, se propôs a construir a primeira
ferrovia da Província de São Paulo. Assim, em 1867, a SPR (S.Paulo Railway),
depois de ter assentado seus trilhos partindo de Santos para São Paulo, após
ter vencido o desafio do desnível da Serra do Mar, alcançava a cidade de
Jundiaí. Para Campo Limpo, este fato representou apenas o começo.
A segunda etapa, que seria a definitiva para o crescimento da cidade, se deu 17
anos depois, em 1884, quando foi inaugurada a E. F. Bragantina, que partindo da
cidade de Bragança, tinha seu terminal na “Parada Campo Limpo”. Em Bragança o
acontecimento foi festejado durante três dias, durante os quais foram
devidamente lembrados e homenageados os dois engenheiros que dirigiram os
trabalhos: Martiniano Brandão e Matheus Hausler. Para Campo Limpo, se o caminho
percorrido até aquele momento tinha sido lento e vagaroso, agora o passo
procedia com rapidez.
Os poucos moradores daquele tempo perceberam que o bairro distante e abandonado
de Jundiaí começava a pisar em terreno firme e sólido. Podia-se deslumbrar um
futuro. Com as sucessivas crises que a produção cafeeira teve que atravessar,
principalmente na primeira metade do século XX, Campo Limpo, para sair do
atoleiro da estagnação de uma agricultura decadente, baseada na monocultura,
procurou encontrar novos espaços no cenário industrial e tecnológico do País,
que a partir dos anos 50 teve um grande impulso, estimulado pela política do
governo da época. A instalação de grupos industriais, sólidos e tradicionais,
com a conseqüente criação de novas oportunidades de trabalho, geradoras de
renda com o aparecimento de atividades comerciais paralelas, produziu uma
corrente de desenvolvimento que não podia mais ser detida.
Campo Limpo Paulista foi alçada à categoria de distrito do município de Jundiaí
em 20 de dezembro de 1953, pela lei municipal no 2.456. Tornou-se município
independente em 28 de fevereiro de 1964, pela lei estadual no. 8.092. Mas o
então distrito conquistou sua independência após o movimento de emancipação,
liderado pelo primeiro prefeito Adherbal da Costa Moreira. O plebiscito que
aprovou a emancipação ocorreu em 1o de dezembro de 1963, e o primeiro prefeito
tomou posse em 21 de março de 1965, data oficial da fundação do
município.
A emancipação teve origem no descontentamento dos moradores com a administração
central de Jundiaí, que não atendia convenientemente o distrito. O movimento
ganhou força com a vinda da indústria metalúrgica Krupp, inaugurada em 1961 com
as presenças do governador Carvalho Pinto e do presidente Jânio Quadros. A
indústria foi o componente econômico que faltava para o processo inevitável da
emancipação político-administrativa.
Campo Limpo se formou às margens das ferrovias S.P.R., a Companhia Inglesa
depois Santos a Jundiaí, e a E. F. Bragantina, sediando o entroncamento das
mesmas. Inicialmente abrigou ferroviários e pequenos agricultores. A
agricultura era voltada para hortifrutigranjeiros e extrativismo vegetal. Havia
também várias granjas, olarias, duas vinícolas e a fábrica de adubos
Manah.
A origem do nome Campo Limpo é geográfica, pois os primeiros moradores
vislumbraram um imenso campo limpo no local.
Através da Lei Estadual nº 9842, de 19/09/67, foi alterada a denominação da
cidade para Campo Limpo Paulista, de maneira a não confundir com o bairro do
mesmo nome, na capital. A comissão executiva do movimento de emancipação teve
como presidente Adherbal da Costa Moreira e como presidente de honra o General
Aldévio Barbosa de Lemos. A primeira legislatura teve como prefeito Adherbal da
Costa Moreira e vice Joaquim Tavares da Silva.
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Antiga sede da Prefeitura |
- Campo Limpo Paulista
O nome Campo Limpo surgiu pelo fato de que os moradores do bairro encontraram um enorme campo limpo no local. com a emancipação, Campo Limpo, teve sua denominação alterada para Campo Limpo Paulista, pela Lei Estadual nº 9842, de 19/09/67. O Paulista adicionado ao nome, foi dado para não se confundir com o bairro de mesmo nome em São Paulo, Campo Limpo.
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Antiga Estação Ferroviária |
Símbolos Municipais
Bandeira
A bandeira do Município, assim como os dois outros símbolos,
o hino e o brasão, foram oficializados através da Lei Municipal no. 264, de 29
de março de 1971. O seu formato e características são definidos no art. 6º e no
parágrafo 1º, da referida lei.
A bandeira Municipal de Campo Limpo Paulista é de autoria do
heraldista Aricinoé Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista.
Será esquartelada em sautor, sendo os quartéis do verde constituídos por quatro
faixas brancas carregadas de sobre faixas vermelhas, dispostas de duas em duas
de banda e em barra, e que partem dos vértices de um retângulo central branco
onde o Brasão Municipal é aplicado.
O estilo da bandeira obedece à tradição heráldica
portuguesa, da qual herdamos os cânones e regras; as bandeiras municipais devem
obedecer aos estilos oitavados, sextavados, esquartelados ou terciados, tendo
por cores, as mesmas constantes do campo do escudo do Brasão, sendo este,
aplicado em uma figura geométrica na bandeira, firmado ao centro ou na tralha.
Brasão
Este símbolo, com vários significados heráldicos, foi
oficializado, juntamente com a bandeira e o hino, através da Lei Municipal de
nº 264, de 29 de março de 1971. O escudo utilizado para representar o brasão de
armas de Campo Limpo Paulista, foi do estilo introduzido em Portugal, por
influência francesa, herdado pela heráldica brasileira junto aos colonizadores.
A coroa mural, símbolo universal dos brasões de domínio é prateada com seis
torres, das quais quatro são visíveis no desenho, classificando a cidade como
sede de município. A prata é o símbolo de paz, trabalho, amizade, prosperidade,
pureza e religiosidade. As engrenagens, colocadas no centro do brasão,
registram o parque industrial liderado pela Krupp. Os dois eucaliptos, lembram
as áreas verdes, sendo que a ponta verde que aparece entre as duas espécies,
registra a formação montanhosa do município, lembrando a Serra dos Cristais e a
de Botujuru, além do Pico do Mursa com toda sua altura, simbolizado pela
elevação abaixo da engrenagem maior. O verde, é símbolo de civilidade,
cortesia, alegria e abundância. A faixa prateada, representa o rio Jundiaí. A
locomotiva, lembra o importante entroncamento ferroviário de outrora,
constituído da Estrada de Ferro Bragantina e da São Paulo Railway Company,
atual CPTM, responsável pelo surgimento do povoado, que inicialmente foi
constituído unicamente por ferroviários. A cor vermelha, simboliza sabedoria,
moderação, austeridade e honestidade. Em ambos os lados exteriores
vislumbram-se videiras, que representam a região jundiaiense, de onde Campo
Limpo foi desmembrado. No listel, aparece o nome do município de Campo Limpo
Paulista, ladeado pelos anos 1953 data em que passou a distrito, e 1964 quando
de sua emancipação política.
Hino Municipal
Na gestão do primeiro prefeito eleito, Adherbal da Costa Moreira, em 1967, foi promovido um concurso para a escolha do hino oficial do Município. Entre as várias composições apresentadas, a Comissão julgadora proclamou vencedora aquela composta por Raul Thomaz Oliveira do Valle, professor do Departamento de Música da Universidade de Campinas (Unicamp) e esta se tornou oficializada em 1971. Numa entrevista dada na ocasião ao "O Jornal de Campo Limpo", o autor do hino vencedor, assim declarava: "Espero que o hino seja de agrado da população. Ele foi escolhido num concurso por uma comissão. Mas quem deve julgar é o público. Eu gostaria demais que o povo cantasse. Porque quando todos aprenderem e conseguirem cantar, é porque caiu no gosto do povo. E é para o povo que eu o fiz, e não para ganhar o concurso".
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Morro do Elefante
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Autor: Raul Thomaz Oliveira do Valle
"Entre serras e colinas
Que emolduram teu semblante
Com o selo do progresso
Esperança Bandeirante"
" Oficinas, lavouras, escolas tens,
Chão paulista de valor
Campo Limpo te saudamos
Com um hino de louvor"
" Tens indústrias, culturas que são labor
E grandeza dos filhos teus
Tens no clima privilégio,
Doação do próprio Deus"
Dados Geográficos
Dados do Censo - 2007
População Total: 74.810(74.863, 2009-IBGE)
Urbana: 62.260 (2005)
Rural: 1.464 (2005)
Homens: 31.760 (2007)
Mulheres: 31.955 (2007)
Densidade demográfica (hab./km²): 872,07
Mortalidade infantil até 1 ano: 14,77 por 1 mil nascimentos
Expectativa de vida (anos): 71,81
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,67
Taxa de Alfabetização: 93,19%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,805
(Fonte: IPEADATA)
Hidrografia
Rio Jundiaí
Rodovias
SP-354 - Rodovia Edgard Máximo Zamboto
Ferrovias
Linha 7-Rubi
Localização no Estado de São Paulo
Cidades vizinhas
Lista de Prefeitos
FONTES DE PESQUISA
MARTINELLI e COEN. Paulo Luiz e Edoardo.CAMPO LIMPO PAULISTA: das origens ao terceiro milênio. São Paulo, 2003.
WIKIPÉDIA - A enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_Limpo_Paulista
Portal da Prefeitura de Campo Limpo Paulista: www.campolimpopaulista.sp.gov.br
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