sexta-feira, 14 de março de 2014
segunda-feira, 3 de março de 2014
Campo Limpo Paulista: resgatando a história da nossa cidade
Réplica do Cristo Redentor |
Também conhecida por seus moradores como "Campola City", Campo Limpo Paulista foi fundada em 21 de Março de 1963. Inicialmente era fazenda integrante de Jundiaí, suas terras eram então latifúndio cafeeiro. O surgimento da primeira rua, a Avenida Alfried Krupp, se deu com o alojamento dos ferroviários construtores da via Jundiaí-Santos. As terras eram pertencentes durante o século passado ao Barão de Jundiaí, passando depois à família Pereira Pinto até sua emancipação em 1963. Depois dessa data, a família contratou procuradores e as terras ganharam administradores locais. O mais famoso foi João Zeferino e hoje seus netos ainda vivem na região, entre eles o ilustrador e designer Luiz Zeferino.
Grupo Escolar "Francisco Monlevade" |
A Emancipação
“Meus senhores, minhas senhoras. Vamos iniciar a sessão de instalação do Município de Campo Limpo”. Com estas palavras, pronunciadas no dia 21 de março de 1965 pelo Dr. Duílio Nogueira de Sá, juiz de Direito e Eleitoral da Comarca, na sede do Nacional A. C., se encerrava o longo caminho, iniciado há 350 anos. O antigo distrito de Jundiaí tornava-se oficialmente o Município paulista de Campo Limpo, e seus moradores “campo-limpenses”.
“Meus senhores, minhas senhoras. Vamos iniciar a sessão de instalação do Município de Campo Limpo”. Com estas palavras, pronunciadas no dia 21 de março de 1965 pelo Dr. Duílio Nogueira de Sá, juiz de Direito e Eleitoral da Comarca, na sede do Nacional A. C., se encerrava o longo caminho, iniciado há 350 anos. O antigo distrito de Jundiaí tornava-se oficialmente o Município paulista de Campo Limpo, e seus moradores “campo-limpenses”.
Pôr do Sol em Campo Limpo Pta. |
No início chegaram a ser chamados de campistas, mas não pegou. Do longínquo 1615, ano em que a tradição popular indica como a data em que Rafael de Oliveira e Petronilha Antunes, procurados pela justiça, refugiaram-se na área onde está situada a cidade de Jundiaí, como afirma o historiador Pedro E.Valim, em seu “Álbum dos Municípios de São Paulo”: “...embrenharam-se pelo sertão, e assentaram vivenda onde hoje está a povoação”, passaram-se exatamente 350 anos, o tempo necessário afim de que Campo Limpo, de bairro pertencente a Jundiaí, onde no século XIX, havia o entroncamento de duas estradas de ferro, a SPR e a E. F. Bragantina, que escoavam para o porto de Santos a produção cafeeira da região, se transformasse na dinâmica cidade que hoje conhecemos. Querendo dar um quadro cronológico das diferentes etapas dessa caminhada para a sua emancipação, poderíamos datar o seu início por volta de 1850, quando o Governo Imperial, e a administração provincial, no intuito de modernizar o País com a instalação de uma rede de estradas de ferro, resolveu dar uma garantia de juros, com pagamento em ouro, aos empreendedores desse, pela época, moderno, meio de locomoção.
Foi com esta medida, que garantia o apoio governamental, que Irineu Evangelista de Souza, mais tarde nomeado Barão de Mauá, se propôs a construir a primeira ferrovia da Província de São Paulo. Assim, em 1867, a SPR (S.Paulo Railway), depois de ter assentado seus trilhos partindo de Santos para São Paulo, após ter vencido o desafio do desnível da Serra do Mar, alcançava a cidade de Jundiaí. Para Campo Limpo, este fato representou apenas o começo.
A segunda etapa, que seria a definitiva para o crescimento da cidade, se deu 17 anos depois, em 1884, quando foi inaugurada a E. F. Bragantina, que partindo da cidade de Bragança, tinha seu terminal na “Parada Campo Limpo”. Em Bragança o acontecimento foi festejado durante três dias, durante os quais foram devidamente lembrados e homenageados os dois engenheiros que dirigiram os trabalhos: Martiniano Brandão e Matheus Hausler. Para Campo Limpo, se o caminho percorrido até aquele momento tinha sido lento e vagaroso, agora o passo procedia com rapidez.
Os poucos moradores daquele tempo perceberam que o bairro distante e abandonado de Jundiaí começava a pisar em terreno firme e sólido. Podia-se deslumbrar um futuro. Com as sucessivas crises que a produção cafeeira teve que atravessar, principalmente na primeira metade do século XX, Campo Limpo, para sair do atoleiro da estagnação de uma agricultura decadente, baseada na monocultura, procurou encontrar novos espaços no cenário industrial e tecnológico do País, que a partir dos anos 50 teve um grande impulso, estimulado pela política do governo da época. A instalação de grupos industriais, sólidos e tradicionais, com a conseqüente criação de novas oportunidades de trabalho, geradoras de renda com o aparecimento de atividades comerciais paralelas, produziu uma corrente de desenvolvimento que não podia mais ser detida.
Campo Limpo Paulista foi alçada à categoria de distrito do município de Jundiaí em 20 de dezembro de 1953, pela lei municipal no 2.456. Tornou-se município independente em 28 de fevereiro de 1964, pela lei estadual no. 8.092. Mas o então distrito conquistou sua independência após o movimento de emancipação, liderado pelo primeiro prefeito Adherbal da Costa Moreira. O plebiscito que aprovou a emancipação ocorreu em 1o de dezembro de 1963, e o primeiro prefeito tomou posse em 21 de março de 1965, data oficial da fundação do município.
A emancipação teve origem no descontentamento dos moradores com a administração central de Jundiaí, que não atendia convenientemente o distrito. O movimento ganhou força com a vinda da indústria metalúrgica Krupp, inaugurada em 1961 com as presenças do governador Carvalho Pinto e do presidente Jânio Quadros. A indústria foi o componente econômico que faltava para o processo inevitável da emancipação político-administrativa.
Campo Limpo se formou às margens das ferrovias S.P.R., a Companhia Inglesa depois Santos a Jundiaí, e a E. F. Bragantina, sediando o entroncamento das mesmas. Inicialmente abrigou ferroviários e pequenos agricultores. A agricultura era voltada para hortifrutigranjeiros e extrativismo vegetal. Havia também várias granjas, olarias, duas vinícolas e a fábrica de adubos Manah.
A origem do nome Campo Limpo é geográfica, pois os primeiros moradores vislumbraram um imenso campo limpo no local.
Através da Lei Estadual nº 9842, de 19/09/67, foi alterada a denominação da cidade para Campo Limpo Paulista, de maneira a não confundir com o bairro do mesmo nome, na capital. A comissão executiva do movimento de emancipação teve como presidente Adherbal da Costa Moreira e como presidente de honra o General Aldévio Barbosa de Lemos. A primeira legislatura teve como prefeito Adherbal da Costa Moreira e vice Joaquim Tavares da Silva.
Antiga sede da Prefeitura |
- Campo Limpo Paulista
O nome Campo Limpo surgiu pelo fato de que os moradores do bairro encontraram um enorme campo limpo no local. com a emancipação, Campo Limpo, teve sua denominação alterada para Campo Limpo Paulista, pela Lei Estadual nº 9842, de 19/09/67. O Paulista adicionado ao nome, foi dado para não se confundir com o bairro de mesmo nome em São Paulo, Campo Limpo.
Antiga Estação Ferroviária |
Símbolos Municipais
Bandeira
A bandeira do Município, assim como os dois outros símbolos,
o hino e o brasão, foram oficializados através da Lei Municipal no. 264, de 29
de março de 1971. O seu formato e características são definidos no art. 6º e no
parágrafo 1º, da referida lei.
A bandeira Municipal de Campo Limpo Paulista é de autoria do
heraldista Aricinoé Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista.
Será esquartelada em sautor, sendo os quartéis do verde constituídos por quatro
faixas brancas carregadas de sobre faixas vermelhas, dispostas de duas em duas
de banda e em barra, e que partem dos vértices de um retângulo central branco
onde o Brasão Municipal é aplicado.
O estilo da bandeira obedece à tradição heráldica
portuguesa, da qual herdamos os cânones e regras; as bandeiras municipais devem
obedecer aos estilos oitavados, sextavados, esquartelados ou terciados, tendo
por cores, as mesmas constantes do campo do escudo do Brasão, sendo este,
aplicado em uma figura geométrica na bandeira, firmado ao centro ou na tralha.
Brasão
Este símbolo, com vários significados heráldicos, foi
oficializado, juntamente com a bandeira e o hino, através da Lei Municipal de
nº 264, de 29 de março de 1971. O escudo utilizado para representar o brasão de
armas de Campo Limpo Paulista, foi do estilo introduzido em Portugal, por
influência francesa, herdado pela heráldica brasileira junto aos colonizadores.
A coroa mural, símbolo universal dos brasões de domínio é prateada com seis
torres, das quais quatro são visíveis no desenho, classificando a cidade como
sede de município. A prata é o símbolo de paz, trabalho, amizade, prosperidade,
pureza e religiosidade. As engrenagens, colocadas no centro do brasão,
registram o parque industrial liderado pela Krupp. Os dois eucaliptos, lembram
as áreas verdes, sendo que a ponta verde que aparece entre as duas espécies,
registra a formação montanhosa do município, lembrando a Serra dos Cristais e a
de Botujuru, além do Pico do Mursa com toda sua altura, simbolizado pela
elevação abaixo da engrenagem maior. O verde, é símbolo de civilidade,
cortesia, alegria e abundância. A faixa prateada, representa o rio Jundiaí. A
locomotiva, lembra o importante entroncamento ferroviário de outrora,
constituído da Estrada de Ferro Bragantina e da São Paulo Railway Company,
atual CPTM, responsável pelo surgimento do povoado, que inicialmente foi
constituído unicamente por ferroviários. A cor vermelha, simboliza sabedoria,
moderação, austeridade e honestidade. Em ambos os lados exteriores
vislumbram-se videiras, que representam a região jundiaiense, de onde Campo
Limpo foi desmembrado. No listel, aparece o nome do município de Campo Limpo
Paulista, ladeado pelos anos 1953 data em que passou a distrito, e 1964 quando
de sua emancipação política.
Hino Municipal
Na gestão do primeiro prefeito eleito, Adherbal da Costa Moreira, em 1967, foi promovido um concurso para a escolha do hino oficial do Município. Entre as várias composições apresentadas, a Comissão julgadora proclamou vencedora aquela composta por Raul Thomaz Oliveira do Valle, professor do Departamento de Música da Universidade de Campinas (Unicamp) e esta se tornou oficializada em 1971. Numa entrevista dada na ocasião ao "O Jornal de Campo Limpo", o autor do hino vencedor, assim declarava: "Espero que o hino seja de agrado da população. Ele foi escolhido num concurso por uma comissão. Mas quem deve julgar é o público. Eu gostaria demais que o povo cantasse. Porque quando todos aprenderem e conseguirem cantar, é porque caiu no gosto do povo. E é para o povo que eu o fiz, e não para ganhar o concurso".
Morro do Elefante |
Autor: Raul Thomaz Oliveira do Valle
"Entre serras e colinas
Que emolduram teu semblante
Com o selo do progresso
Esperança Bandeirante"
" Oficinas, lavouras, escolas tens,
Chão paulista de valor
Campo Limpo te saudamos
Com um hino de louvor"
" Tens indústrias, culturas que são labor
E grandeza dos filhos teus
Tens no clima privilégio,
Doação do próprio Deus"
Dados Geográficos
População Total: 74.810(74.863, 2009-IBGE)
Urbana: 62.260 (2005)
Rural: 1.464 (2005)
Homens: 31.760 (2007)
Mulheres: 31.955 (2007)
Densidade demográfica (hab./km²): 872,07
Mortalidade infantil até 1 ano: 14,77 por 1 mil nascimentos
Expectativa de vida (anos): 71,81
Taxa de fecundidade (filhos por mulher): 2,67
Taxa de Alfabetização: 93,19%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,805
(Fonte: IPEADATA)
Hidrografia
Rio Jundiaí
Rodovias
SP-354 - Rodovia Edgard Máximo Zamboto
Ferrovias
Linha 7-Rubi
Localização no Estado de São Paulo
Cidades vizinhas
Lista de Prefeitos
Nome | início do mandato | fim do mandato | Observações |
Adherbal da Costa Moreira | 1965 | 1968 | Primeiro prefeito eleito |
Joaquim Tavares da Silva | 1968 | 1969 | Assumiu como Vice após assassinato do Prefeito Adherbal |
Jorge de Maio Vellasco | 1969 | 1973 | Vice Alcebíades Pardal Grandizoli |
Alcebíades Pardal Grandizoli | 1973 | 1977 | Vice José Roberto de Assis |
José Roberto de Assis | 1977 | 1982 | Vice Adilson Tavares da Silva |
Mitiharu Tanaka | 1983 | 09 de Abril de 1983 | Foi assassinado 4 meses depois da sua posse |
Bruno João Patelli | 10 de Abril de 1983 | 1988 | Assumiu como vice o lugar de Mitiharu Tanaka |
Alcebíades Pardal Grandizoli | 1989 | 1992 | Vice Aécio Larrubia |
José Roberto de Assis | 1993 | 1996 | Vice Maria Catarina Buonato Buckvieser |
Luiz Antonio Braz | 1997 | 2000 | Vice Paulo Luiz Martinelli |
Luiz Antonio Braz | 2001 | 2004 | Reeleito - Vice Paulo Luiz Martinelli |
Armando Hashimoto | 2005 | 2009 | Vice Bruno João Patelli |
Armando Hashimoto | 2009 | 2012 | Reeleito - Vice Bruno João Patelli |
José Roberto de Assis | 2013 | 2016 | Atual prefeito - Vice Marcos Roberto Martins |
FONTES DE PESQUISA
MARTINELLI e COEN. Paulo Luiz e Edoardo.CAMPO LIMPO PAULISTA: das origens ao terceiro milênio. São Paulo, 2003.
WIKIPÉDIA - A enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_Limpo_Paulista
Portal da Prefeitura de Campo Limpo Paulista: www.campolimpopaulista.sp.gov.br
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