ZUMBI DOS
PALMARES
Numa
noite qualquer do ano de 1597, quarenta escravos fugiram de um engenho no sul
de Pernambuco. Eram homens, mulheres, jovens, velhos e crianças. Caminharam
durante vários dias, na direção do sol poente, subindo e descendo serras e
precipícios. Depois de vinte dias de caminhada, encontraram um lugar
seguro: a serra do Barriga, em Alagoas.
Dali podiam enxergar quem viesse dos quatro cantos; havia água e muitas
palmeiras. Estava sendo criado, ali, o Quilombo de Palmares e começava uma
guerra que durou cem anos entre os donos dos engenhos (brancos) e os escravos
que fugiram e fundaram o quilombos, os quilombolas.
Os
fundadores do Quilombo de Palmares eram liderados por um negro muito valente
chamado Ganga Zumba, que significa “grande chefe”. Em 1670, quando Palmares já
reunia muito mais escravos fugidos, passou a ser chefiado por um líder muito
mais forte e ousado, de 23 anos, chamado Zumbi.
A grande diferença entre Zumbi e Ganga
Zumba é que Zumbi já nasceu livre, dentro do Quilombo de Palmares. Por ter
nascido ali, sabia que deveria lutar para defender a sua gente e que era
possível fugir da escravidão. Afinal já fazia muito tempo que eles resistiam e
venciam os saldados que atacavam o Quilombo.
Zumbi foi
o grande herói da luta contra a escravidão. Ele combateu durante vinte e cinco
anos, até que em 1695 os soldados conseguiram destruir o Quilombo. Ninguém tem
certeza, até hoje, do que aconteceu com Zumbi, pois ninguém mais o viu depois do
dia 20 de novembro de 1695. mas ele continuou vivo na memória, incentivando os
negros a lutarem pela liberdade do seu povo. Por isso, o dia 20 de novembro é
hoje considerado o “Dia da consciência negra”, para nos lembrar a luta de
Zumbi.
(Zumbi, São Paulo, Moderna, 1985)
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