quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

"Acolhimento e Adaptação na Educação Infantil"






Até pouco tempo atrás nas creches é pré-escolas e até mesmo nas escolas de ensino fundamental parecia não haver outro jeito: ou as crianças se adaptavam ou se adaptavam. No entanto, isso vêm mudando. As boas instituições de educação têm se preocupado em acolher bem a criança que chega.                                            Cisele Ortiz

Diretores, coordenadores pedagógicos e educadores: sua escola tem um projeto cuidadosamente elaborado para melhor acolher as crianças no início do ano letivo? Como o período de acolhimento e adaptação acontece na sua escola? Qual a importância em amenizar a ansiedade das crianças e famílias nos primeiros dias de convivência?

Para muitos adultos, a lembrança dos primeiros dias de escola faz parte, para sempre de recordações pouco agradáveis, é o que consideram alguns psicólogos. Esse período pode gerar stresse nas crianças, famílias e profissionais da educação.
             É comum neste período algumas crianças chorarem, afinal, um ambiente totalmente novo pode causar insegurança, desconforto e até mesmo rejeição. Como atender com atenção e carinho as crianças que demonstram tais sentimentos? Se recebermos todas as crianças de uma só vez é possível dar atenção a quem está chorando sem "descuidar" do restante da turma? São estes cuidados que merecem toda atenção dos educadores para que se inicie uma relação de convivência mais saudável, feliz e promissora.           

           As famílias também ficam na expectativa para  ver como sua criança irá reagir diante ao contato com alguém "desconhecido". Quando percebem que os educadores não querem disputar ou roubar-lhes o seu lugar e sim apenas, contribuir na educação da criança em outro ambiente ( o escolar) o sentimento de parceria toma  o lugar da insegurança. 

Segundo Cisele Ortiz qual a relação que existe entre adaptação e acolhimento?

A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. “Depende também da forma como é acolhida.”

“A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.”

Cada instituição (Creche, EMEI e EMEF) deve levar em consideração o período de permanência que a criança fica diariamente na escola para organizar o calendário do acolhimento e mais importante ainda a especificidade de cada faixa etária.

Deixar que eles tragam seu bichinho ou seu objeto de apego colabora bastante para diminuir o estranhamento a um ambiente diferente do familiar.

Os cantos de atividades diversificadas é uma das modalidades organizativas do brincar bastante interessante para este período, podendo ser organizado para receber as crianças, assim, quando elas chegam, algo  legal e convidativo está a sua espera.

Bete Godoy

Extraído de:
http://paraalmdocuidar-educaoinfantil.blogspot.com.br/2010/11/acolhimento-e-adaptacao-na-educacao.html

"Tudo o que eu preciso saber sobre como viver, aprendi no Jardim de Infância..."


"As coisas que aprendi, aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia."



As coisas que aprendi:

1. Compartilhe tudo;
2. Jogue dentro das regras;
3. Não bata nos outros;
4. Coloque as coisas de volta onde pegou;
5. Arrume sua bagunça;
6. Não pegue as coisas dos outros;
7. Peça desculpas quando machucar alguém; mas peça mesmo !!!
8. Lave as mãos antes de comer e agradeça a Deus antes de deitar;
9. Dê descarga; (esse é importante)
10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você;
11. Respeite o limite dos outros;
12.Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco… desenhe… pinte… cante… dance… brinque… trabalhe um pouco todos os dias;
13. Tire uma soneca a tarde; (isso é muito bom)
14. Quando sair, cuidado com os carros;
15. Dê a mão e fique junto;
16. Repare nas maravilhas da vida;
17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem… nós também. 

Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo, ao seu mundo e vai ver como são verdadeiros. Pense como o mundo seria melhor se todos nós tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair. Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós! 

O importante é aproveitar o momento e aprender a sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver.” 

Robert Fulghum


imagem: alunos da Segunda Etapa, Turma "A" -Educação Infantil 2012,  da EMEF. "Vereador Joaquim Viscaíno Filho", Professora Rejaine Silveira.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Alfabetização


A construção de habilidades e competências de
 leitura e escrita

            No transcorrer de nossa prática educativa, podemos verificar que as crianças constroem hipóteses sobre como se escreve. Entretanto, é válido lembrar que elas também possuem conhecimentos, habilidades e competências em relação ao que pode ou não ser lido e de que forma desenvolverão essa tarefa.
            No início do processo de aquisição da linguagem escrita, é comum que as crianças apresentem idéias que “parecem estranhas aos nossos olhos alfabetizados” (WEIZ, 2003). Isso se explica porque nossa geração foi alfabetizada através de um processo mecânico, que não abria margem para nenhuma reflexão.
            Hoje sabemos que isso não é verdade, e que os conflitos e desafios devem existir justamente para que o aluno possa construir suas competências leitoras, de forma gradativa e concreta.


Avaliação diagnóstica inicial: O que os alunos já sabem sobre a escrita?

Uma das primeiras atividades a serem desenvolvidas com as crianças é aquela em que o professor avalia, de forma diagnóstica, o que elas sabem sobre o sistema alfabético de escrita.
Essa avaliação inicial, também conhecida como entrevista individual ou sondagem, definirá os rumos das atividades de alfabetização, tendo em vista que cada indivíduo aprende de forma individual e possui características e histórias de vida singulares.
A tarefa de diagnosticar em que hipóteses de leitura os alunos se encontram, também colaboram na elaboração de atividades alfabetizadoras que privilegiam agrupamentos produtivos, tema que mais tarde iremos discutir.
Inicialmente, é necessário que o professor estabeleça critérios que nortearão a aplicação da sondagem. É importante que todos os alunos participem individualmente, com o professor chamando um de cada vez. Para isso, os demais alunos precisam estar envolvidos em atividades que não seja necessária a intervenção do professor, como por exemplo, um jogo, um desenho ou a escrita de uma cantiga.
Para conhecer e interpretar o que os alunos sabem sobre leitura, é importante relacionar tais habilidades ao que eles sabem sobre a escrita, uma vez que ambos são dissociáveis no processo de alfabetização.
Para que eles demonstrem tais conhecimentos, o professor deve levá-los a desenvolver uma atividade de escrita e leitura, com especial atenção à formulação dessa atividade.
Segundo as orientações de Weisz (2003) esta atividade deve ser composta pela escrita e leitura de uma lista de, no mínimo, quatro palavras, de mesmo campo semântico, ou seja, que estejam inseridas em um mesmo contexto para que tenham um mesmo significado para a criança.
Também deve fazer parte da sondagem, a escrita e a leitura de uma frase final adequada ao tema da lista, onde o professor poderá verificar se o aluno mantém a estabilidade de escrita e leitura da mesma palavra.
A ordem das palavras ditadas pelo professor também precisa obedecer a uma regra que auxiliará no diagnóstico das hipóteses de escrita e leitura dos alunos. A primeira palavra a ser ditada deve ser polissílaba, seguida de uma trissílaba, uma dissílaba e, finalmente, uma monossílaba.
É importante que, ao pronunciar as palavras, o professor não enfatize a divisão silábica das mesmas, para que o aluno não entre em um conflito desnecessário nesse momento.
Um outro aspecto a ser levado em conta, é que as palavras não possuam sílabas contíguas, isto é, vogais repetidas na mesma palavra, como por exemplo, BANANA.
Em alguns casos, em que o aluno apresenta hipótese de escrita silábica com valor sonoro, este poderá recusar-se a escrevê-la, tendo em vista não aceitar a própria escrita de AAA, e consequentemente, não irá ler AAA, pois ele sabe que são necessárias letras diferentes para que uma palavra seja lida.
A cada palavra escrita pelo aluno, o professor pede para que o mesmo faça a leitura do que acabou de escrever.
É importante dizer também que, ao término do ditado, o professor aponte a forma como o aluno leu, para depois avaliar com mais cuidado e diagnosticar a hipótese de escrita que o aluno apresenta nesse momento, pois devemos considerar que o aluno irá interpretar o que ele mesmo escreveu e não um texto escrito por outra pessoa. Esse apontamento também é chamado de “marcas de leitura”.
Vamos observar, a seguir, um exemplo de sondagem:



           palavras ditadas:
          BRIGADEIRO
          BEXIGA
         VELA 
         PÃO






Frase:   EU COMI BRIGADEIRO NA FESTA.


Em azul claro estão as marcas de leitura que o professor apontou, indicando que a criança usou duas letras para cada pauta sonora. Na frase, a criança fez uma leitura global, ou seja, não conseguiu identificar cada uma das palavras escritas, por isso o professor usou uma seta. 
Antes de tudo, precisamos desmistificar esses equívocos, pois não existe aluno pré-silábico, silábico com valor sonoro, silábico-alfabético ou alfabético. O que está sendo analisada é sua escrita, como ele a entende e de que forma está construindo seus conhecimentos. 
Para isso, é necessário que o professor faça uma interpretação daquilo que o aluno escreveu, recorrendo a padrões comparativos aos níveis de evolução presentes no processo de aquisição do sistema alfabético de escrita.

HIPÓTESES APRESENTADAS PELOS ALUNOS DURANTE O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DO SISTEMA ALFABÉTICO DE ESCRITA


PRE-SILÁBICO 

1. Pictória: a criança registra garatujas e desenhos.

2.Grafismo Primitivo:a criança registra simbolos ou letras misturadas com números.

3.Escrita sem controle de quantidade: a criança escreve ocupando toda a largura da folha ou do espaço destinado a escrita.

4.Escrita Unigráfica: a criança utiliza somente uma letra para representar a palavra.

5.Escrita Fixa : a mesma série de letras numa mesma ordem serve para diferenciar nomes.

6.Quantidade Variável – Repertório Fixo/Parcial:algumas letras aparecem na mesma ordem e lugar,outras letras de forma diferente.Varia a a quantidade de letras para cada palavra.

7.Quantidade Constante – Repertório Variável:quantidade constante para todas as escritas.Porém usa-se o recurso da diferenciação qualitativa: as letras mudam ou muda a ordem das letras.

8.Quantidade Variável- Repertório Variado:expressam máxima diferenciação controlada para diferenciar uma escrita de outra.

9.Quantidade e Repertório Variáveis-Presença de valor sonoro inicio e/ou fim : variedade na quantidade e no repertório das letras.A criança preocupa-se em utilizar letras que correspondem ao som inicial e/ou final. 


EXEMPLO DE ESCRITA PRÉ-SILÁBICA:


SILÁBICO

1.Sem valor sonoro: a criança escreve uma letra para cada sílaba sem se preocupar com o valor sonoro correspondente. 


2.Iniciando uma correspondência sonora: a criança escreve uma letra para cada sílaba e começa a utilizar letras que corresponde ao som da sílaba.


3.Com valor sonoro: a criança escreve uma letra para cada sílaba, utilizando letras que correspondem ao som da sílabas; às vezes usa só vogais e outras vezes consoantes e vogais.


4.Silábico em conflito ou hipótese falsa necessária: momento de conflito cognitivo relacionado a quantidade minima de letras (BIS/ISIS) e a contradição entre a interpretação silábica e as escritas alfabéticas que tem sempre mais letras. 

EXEMPLO DE ESCRITA SILÁBICA SEM VALOR SONORO






EXEMPLO DE ESCRITA SILÁBICA COM VALOR SONORO




SILÁBICO-ALFABÉTICO 

1.A criança escreve uma letra para representar sílaba, ora escreve a sílaba completa.Dificuldade é mais visível nas silabas complexas. 


EXEMPLO DE ESCRITA SILÁBICO-ALFABÉTICA



ALFABÉTICO

A criança já compreende o sistema da escrita, faltando apenas apropriar-se das convenções ortográficas principalmente nas sílabas complexas. 

EXEMPLO DE ESCRITA ALFABÉTICA


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 TEBEROSKY, Ana. Psicopedagogia da linguagem escrita. 3ª edição. São Paulo, Trajetória Cultural, 1990.

WEISZ, Telma. In Curso Letra e Vida  – Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Apostilas, 2001.

          ______. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo, Ática,2006




Agradecimentos:
Á Rejaine Silveira, professora de Educação Infantil na rede municipal de Campo Limpo Paulista, que disponibilizou o texto "HIPÓTESES APRESENTADAS PELOS ALUNOS DURANTE O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DO SISTEMA ALFABÉTICO DE ESCRITA". (título modificado).




IMAGENS:
  • Arquivos pessoais
  • Algumas imagens foram retiradas de:
http://adrianabrunaefram.blogspot.com.br/2010_09_29_archive.html



Faça o diagnóstico de uma amostra de escrita.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Sequência de Atividades



Menina bonita do laço de fita




Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...


Texto na íntegra, extraído do livro de Ana Maria Machado





ÁREA DE CONHECIMENTO: Língua Portuguesa, Temas transversais: ética
OBJETO DE ESTUDO: Diversidade Étnico-Cultural Brasileira Ensino Fundamental – 1º ao 5º ano 

INTRODUÇÃO: Desenvolvimento do tema da diversidade, não somente com o objetivo de apresentar aos alunos a riqueza da diversidade étnico-cultural brasileira, contribuindo para que as crianças se apropriem de valores como o respeito a si próprias e ao outro, mas também com o objetivo de elevar a auto-estima do aluno negro.  A sugestão é que as atividades sejam desenvolvidas durante um período mínimo de cinco dias, (lembrando que essa sugestão de aulas não poderá ocorrer num dia só) no decorrer dos quais o professor irá:

1. Apresentar a história à classe, contando-a, sem mostrar o livro.
2. Pedir às crianças que dêem um título (um nome) à história ouvida, escrevendo na lousa as sugestões apresentadas.
3. Contar que quem escreveu a história foi Ana Maria Machado, uma escritora brasileira que escreve livros para crianças, principalmente. Se o(a) professor(a) já tiver lido para a classe outros livros da autora, relembrar o fato aos alunos, se possível, mostrando-os.
4. Dizer o título do livro: "Menina bonita do laço de fita" e comparar com os nomes apresentados pelos alunos na atividade perguntando a eles se gostaram mais do nome escolhido por eles próprios ou o escolhido pela autora; mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um mesmo fato ou situação e que o importante é que aprendamos a respeitar todas as opiniões; comentar os nomes escolhidos pelos alunos, na medida em que se afastam ou se aproximam do nome original da história.
5. Mostrar a capa do livro aos alunos. "Ler" a imagem da capa com eles, fazendo perguntas sobre a ilustração: a cor da pele da menina, do coelho, o cabelo da menina (quem usa cabelo assim? é difícil fazer um penteado como esse? leva muito tempo?). Destacar o olhar apaixonado, pensativo-sonhador do coelho. Pedir aos alunos que mostrem o que mais na ilustração indica que o coelho está apaixonado. Dizer o nome do ilustrador e falar sobre a importância da ilustração na leitura.
6. Ler o livro para os alunos, agora parando em cada página, mostrando as imagens e destacando as palavras e expressões que valorizam a menina, que a retratam como bela: "Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feitos fiapos da noite.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva.". Os adjetivos e comparações usados pela autora vão além de aguçar a imaginação infantil (olhos = duas azeitonas daquelas bem brilhantes; cabelos = fiapos da noite; pele = pêlo da pantera negra quando pula na chuva); eles evocam uma imagem positiva da menina, valorizando nela aspectos como cabelo e cor de pele, que normalmente são "maquiados", escondidos, quando a personagem é negra. A beleza natural da menina ganha enfeites que reforçam seu encanto, dando a ela ares de personagem de contos de fadas, pois: "Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada do Reino do Luar". Esses dois trechos contribuem para que, ao imaginário infantil a menina seja apresentada como uma bela princesa de contos de fadas, o que é extremamente positivo e eleva a auto-estima da criança, que se identificará com a heroína. Perguntar aos alunos se eles têm uma idéia do porquê do coelho querer ter a cor de pele da menina. Será que ele não está satisfeito com a própria cor?
Comentar com as crianças as respostas dadas. 

É importante que o (a) professor (a) destaque que além de muito bonita, essa heroína é também muito esperta e criativa, pois mesmo não sabendo responder às perguntas do coelho, sempre tem uma solução para que ele se torne da cor desejada: cair na tinta preta, tomar muito café, comer muita jabuticaba... 
Antes de ler o trecho que fala da intervenção da mãe no diálogo entre a menina e o coelho, perguntar se alguém lembra como era a mãe da garota. 
Comparar o texto escrito ("uma mulata linda e risonha") e a ilustração da mãe que é a de uma linda moça, moderna, bem vestida e arrumada (enfeitada, pintada, cabelos penteados), o que também contribui para que a classe forme uma imagem estética positiva da mulher negra.
7. Aproveitar a descoberta do coelho ("a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos") e perguntar aos alunos com quem eles acham que se parecem. Essa atividade pode desdobrar-se em outras, por exemplo: 
  
a) as crianças podem entrevistar os pais para saberem com quem se parecem e apresentar os resultados da pesquisa oralmente (Por exemplo, dizendo frases como: Minha mãe diz que meus olhos são parecidos com os dela, mas que meus cabelos e minha boca se parecem com os da minha avó.);

b) os alunos podem levar fotografiasde parentes (pais, avós, tios, irmãos, por exemplo); atrás de cada foto deve constar o nome da criança que a trouxe; os alunos dividem-se em grupos de quatro. As fotos de cada grupo são empilhadas, com a frente para cima; os alunos tiram a sorte para ver quem começa jogando, o primeiro pega a primeira foto e tenta adivinhar quem a trouxe, observando as semelhanças entre as fotos e os colegas de grupo; se foi ele mesmo quem trouxe a foto, deve embaralhar a pilha, para que a fotografia saia do primeiro lugar; enquanto for acertando, o jogador continuará jogando. Ganhará o jogo quem tiver acertado mais. Ao final, as crianças devem contar aos colegas de grupo quem são as pessoas que estão nas fotos. Terminada a brincadeira, o (a) professor (a) colocará para a turma a seguinte questão: somos parecidos com as pessoas da nossa família? O coelho branco estava certo em suas conclusões?
8. Pedir às crianças que desenhem: a) a menina do laço de fita e a mãe; b) o coelho e sua nova família; c) suas famílias.
9. Organizar uma roda de conversas. Reler o trecho: "O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava: - Ah, quando eu casar quero ter uma filhinha pretinha e linda que nem ela." Questionar: O que é ser bonito? Como uma pessoa deve ser para ser bonita? Provavelmente surgirão respostas diferentes umas das outras. Retomar o que foi dito na atividade nº 4 e mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um assunto e que isso é muito bom, pois o mundo seria muito aborrecido se todos pensassem do mesmo jeito e se, por exemplo, só existisse um único modelo de beleza. Destacar que o importante é respeitar as diferenças. Conversar com a classe sobre os padrões de beleza existentes em "Menina bonita".
10. Mostrar, num mapa-múndi, os cinco continentes- a América, a Europa, a Ásia, a África e a Oceania, ressaltando que eles são divididos em países, cada um com seus costumes e tradições, suas festas, músicas e danças, suas religiões e seu jeito de ser, pois ninguém é igual a ninguém e é isso que dá graça à vida. 
  
11. Conversar com as crianças sobre as "famílias" (povos) que formam o Brasil: os índios, o negro, o colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. Explicar que esses povos foram se cruzando, para formar a grande família brasileira, que tem as características de suas origens. Lembrar aqui as contribuições desses povos nas festas, na música, na culinária, nas histórias etc.
12. Retomar a atividade 10 e complementá-la, destacando a importância do respeito à diversidade étnico-cultural que compõe o Brasil.      


Essas são algumas sugestões, apenas. O  professor deve assumir uma postura de combate a todas as formas de discriminação e preconceito, valorizando as diferentes etnias que constituem o Brasil e que, de certa forma, estão representadas nas crianças que compõem uma sala de aula na Educação. 
Para finalizar, um destaque: para assumir o compromisso de trabalhar a diversidade cultural e étnica na Educação Infantil/Fundamental, o professor precisa ter segurança quanto ao que será desenvolvido. 
Um caminho para isso é a reflexão conjunta dos professores nas reuniões pedagógicas, procurando respostas a indagações como: Sou preconceituoso? Já vivi situações de discriminação ou preconceito? E, tratando-se da etnia negra: O que sei sobre o continente africano? O que sei sobre as condições dos africanos escravizados no Brasil? O que sei sobre suas lutas de resistência, seus heróis, suas histórias? Conheço a história de Zumbi? A influência que os africanos escravizados tiveram na formação da identidade brasileira, nas religiões, festas, cantigas, danças, culinária e, principalmente, histórias que contribuem para ampliar o repertório e povoar o imaginário das crianças com representações positivas do negro? 
  
Para refletir:
“Nossas escolas pretendem formar cidadãos. E cidadania não combina com desigualdade, assim como democracia não combina com preconceito e discriminação. Se as crianças vão à escola é porque desejamos que se desenvolvam plenamente como seres humanos...”

FONTE: III CADERNO DE  APOIO  PEDAGÓGICO - 2010 – RJ

Matemática: Atividades de Contagem e Numeralização

Acesse as atividades no link abaixo: Atividades de Matemática - 2º e 3º anos do E.F.