“A
língua das mariposas”
Espanha, 1930. Véspera da Guerra Civil espanhola. A
trama, lançada em 1999 é de produção espanhola e resgata um período da história
em que grandes transformações civis e políticas ocorriam no país.
O principal cenário é a escola, com turmas homogêneas e
professores rígidos e tradicionalistas. O menino Mocho, de sete anos, tem medo
de ir à escola, pois acredita que será castigado pelos cruéis docentes.
Entretanto, o menino conhece o professor Don Gregório,
homem de certa idade, próximo da aposentadoria, de comportamento tranquilo e
muito querido pelos moradores da vila. Don Gregório começa então, um trabalho
de conquista de seus alunos, oferecendo-lhes aulas ao ar livre, onde podem
observar a natureza, uma didática um tanto inovadora para a época,
característica da educação libertária manifestada na época por grandes
pensadores da educação.
Mocho
ainda resiste às tentativas de Don Gregório, que quer ser, além de professor,
um amigo para as crianças, ensinando-lhes coisas novas e interessantes. Mas na
verdade, Don Gregório é contrário às manifestações políticas e contra o atual
governo espanhol, que persegue e pune os anarquistas. Em uma das aulas ao ar
livre, o professor mostra aos alunos a forma de vida de alguns insetos, entre
eles, a mariposa, citando nomes científicos e características. A essa altura,
Mocho já cultiva admiração, respeito e apreço a Don Gregório, e promete-lhe ser
um fiel discípulo e grande amigo de ora em diante, nunca se esquecendo das
valiosas lições recebidas do mestre.
O
filme termina com a prisão de Don Gregório, considerado como um dos membros anarquistas
que atuam contra o regime republicano espanhol da época. Enquanto os
prisioneiros são levados em um velho caminhão pela polícia local, os moradores
da vila jogam-lhes pedras e gritam insultos aos prisioneiros.
Mocho
se mistura à população e começa a gritar em direção a Don Mocho, palavras que
todos pensam serem xingamentos, mas na verdade o menino está recitando os
termos científicos ensinados pelo querido mestre.
Com esse filme, vale a pena refletir sobre as
imposições políticas que interferem nas relações humanas, e principalmente, no
relacionamento de respeito e compreensão entre professores e alunos.
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