Como orientar os pais quanto ao comportamento
escolar de seus filhos
O mundo atual vive uma completa mudança de paradigmas. Não temos mais famílias com uma estrutura regular, nem crianças com a mesma orientação de cidadania como antes.
Na televisão, os noticiários mostram tragédias baseadas em falta de humanidade do ser humano e este quadro tende a piorar muito, pois a mídia não ajuda a família, na maioria das vezes desestruturada, e o professor fica muito perdido, pois deve seguir instruções que não dizem respeito ao seu real trabalho
(análise psicológica da aprendizagem), servir de psicólogo de pais e mães, aceitar situações-muleta de alunos (separação dos pais, nascimento de irmão etc ) em lugar de apenas compreender – situações assim estão se tornando muletas da pessoa até a fase adulta, resultando em mais violência, menos competência etc, receber apenas pedidos de papelada e instruções fora da realidade de seus superiores e ainda conviver com um salário indigno da carga psicológica que carrega.
Para amenizar a situação, você pode utilizar sua própria reunião de pais para sensibilizar a ‘humanidade’ que ainda resta nos responsáveis por seus alunos. Garanto que eles não têm a menor ideia do que realmente acontece em uma sala de aula nos dias atuais. Quando eles estudaram, o ensino e a sociedade eram muito diferentes e eles não sabem exatamente como orientar seus filhos em casa.
Elaborei uma série de perguntas do tipo ‘o que você faria se...’ com fatos que ocorrem diariamente na sala de aula e não deveriam ocorrer, já que trazem grande prejuízo à aula e à aprendizagem. Os próprios alunos ajudaram a lembrar coisas que aconteciam e fui anotando. Esse trabalho resultou em um questionário de onze questões – na realidade eram muito mais, porém ficaria cansativo um questionário muito longo – que foi lido pelos professores em reunião de pais, e os pais não tiveram acesso,além dee um gabarito feito pelo professor para cada um dos alunos.
Enquanto o professor lia as questões e as alternativas, os pais acompanhavam no gabarito a reação dos filhos nas situações tratadas. A cada situação, o professor dava uma melhor explicação, citando exemplos reais ocorridos em aula.
Os pais não tinham dimensão de quase nenhuma das situações e muitos deles fizeram anotações sobre o que orientar em suas casas, para ajudar o professor. Não foram feito – com raras exceções – comentários durante toda a leitura, pois tudo já tinha sido dito no gabarito que estava com os responsáveis.
Não foi constrangedor, já que um responsável não tinha acesso aos gabaritos dos outros e foi possível saber exatamente o que o aluno faz durante as aulas.
Todos compreenderam muito bem o quão árduo era lidar com tudo aquilo durante uma aula, perceberam as angústias pelas quais um professor passa em aula e ainda foi possível ver claramente nos rostos dos presentes o impacto de consciência plena causado pela dinâmica.
Infelizmente, não tive esta ideia antes, mas seria muito bom usar logo na segunda reunião do ano e repetir nas seguintes, para que os pais possam acompanhar a evolução de ‘humanização’ de seus filhos e saber exatamente no que orientar suas crianças.
Haverá algumas pedras em seu caminho. Na minha reunião, por exemplo, um dos responsáveis ‘passou a bola’ para mim, questionando o que deve fazer para que o aluno melhore. Não se sinta responsável, se isso acontecer com você. Alguns pais da própria reunião deram depoimentos e sugestões. Os pais com dúvidas devem ter consciência de que você não poderá auxiliar nesse caso e somente eles, que convivem com a criança e conviverão por muito tempo é que podem encontrar solução para isso. O trabalho do professor é apontar e dar algumas orientações. O trabalho do responsável é encontrar um caminho viável para trilhar, depois de tomar conhecimento da pessoa que está orientando em sua casa.
Janaína Spolidorio
EXTRAÍDO DE: http://professorajanainaspolidorio.wordpress.com
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